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AS RELAÇÕES SOCIAIS DAS CRIANÇAS COM DA
AS RELAÇÕES SOCIAIS DAS CRIANÇAS COM DA

AS RELAÇÕES SOCIAIS DAS CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM (DA) *

                                                                                            Janete Leony Vitorino*

            Nem sempre a ciência esteve interessada com as manifestações de dificuldades de aprendizagem em crianças. Estes estudos são considerados relativamente recentes, pois anteriormente eram considerado de forma secundária ou até mesmo excluído dos estudos da DA.

            Este texto traz alguns autores norte americanos e europeus que reconhecem a necessidade cada vez maior em considerar os estudos de DA, necessárias tanto nos aspectos sociais, quanto científicos. É importante salientar que uma criança que apresenta algum fator relacionado à DA, sofrem consideráveis consequências ao relacionarem-se pelos demais, nos contextos sociais.

            Este autor subdivide o texto em alguns subtítulos relacionados a DA como segue:

- Avaliação e Tratamento: Segundo o autor, “a avaliação é um processo de coleta de dados que tem como objetivo facilitar a tomada de decisões de caráter educacional”. O mesmo cita que num processo de avaliação devem ser observados os seguintes passos:

a) Níveis de execução de tarefas escolares;

b) Informações da história escolar, professores, expectativas, aptidões etc.;

c) Observação sobre a discrepância entre dados coletados ( testes/idade cronológica/mental);

d) Tipologia da DA;

e) Planejamento do ensino, de acordo com o estabelecimento das necessidades e metas;

f) Critérios de acompanhamento.

            Em relação ao tratamento, o autor cita três itens necessários que estariam situados no chamado “Modelo de Estratégias de Intervenção” de Schumaker, Deshler e Ellis (1986), sendo estes:

1 - Currículo - como estratégia de aprendizagem, execução e motivação;

2 - Instituição - como procedimento para aquisição dos conhecimentos, procedimentos e generalização;

3 - Organização - Como procedimento de comunicação, direção e avaliação.

            Em relação às implicações educacionais, acarreta em aceitar a concepção de que atrasos maturativos acarreta implicações educacionais importantes. Para este autor, “é diferente entender os atrasos maturativos a partir de uma concepção rígida, de maturação interna, endógena, e em tudo o desenvolvimento é consequência da maturação e na qual, portanto, a aprendizagem e a prática específica são automaticamente excluídas, sendo até mesmo o âmbito da prática incidental reduzido, do que entende-los a partir do conceito de prontidão, que inclui tanto o maturativo de caráter genético, como o aprendido”.

            O autor enfatiza outro subtítulo que se intitula: “Atrasos no Desenvolvimento da Atenção”, onde as DA estariam evolutivamente imaturas em sua competência social. As variantes desta afirmação estaria relacionada a variáveis psicológicas tais como, auto estima, motivação, conhecimentos sociais, bem como a compreensão de situações sociais e habilidades de comunicação. Outra afirmativa deste autor é que “a diferença no desenvolvimento social dos alunos com DA em relação aos que não sofrem destes, é estimulada entre dois e quatro anos de idade”. Estes atrasos afetariam funções e processos psicológicos considerados requisitos importantes para que as aprendizagens escolares possam ocorrer.

            Desta forma os atrasos no desenvolvimento perceptivo motor na aquisição de noções espaciais referentes ao próprio corpo e ao ambiente podem estar afetando específica e fundamentalmente na aquisição da leitura e na escrita. Outros aspectos do desenvolvimento em que as crianças com DA costumam mostrar atrasos maturativos são: coordenação dinâmica Geral, motricidade grossa e fina, motricidade buco facial e ocular, coordenação visual manual, percepção figura fundo, lateralização, relações espaciais e posição espacial.

            Outros dados relevantes são os atrasos no desenvolvimento dos processos psicolinguísticos básicos são os de recepção, organização e expressão, que compreendem os processos de compreensão visual e expressão verbal. Todos estes processos afetariam as aprendizagens escolares em geral, porém especificando a leitura. Por exemplo, um desenvolvimento mais lento da linguagem dificultaria a aquisição e o uso de estratégias com base verbal. O mesmo ocorre no “desenvolvimento da atenção”, entendida como “a capacidade para concentrar-se numa determinada tarefa, inibindo com isso, outros estímulos presentes que constituem uma distração. Para Ross, características típicas das crianças com DA, tais como “hiperatividade” e “impulsividade”, derivam das deficiências de atenção.

            Para os autores, Hagen, (1972) e Hagen e cols, (1977 e 1984), o desenvolvimento da memória parecem seguir uma evolução que inclui quatro etapas consecutivas: a) Lactente, b) Crianças de pouca idade, c) Crianças entre três e seis anos de idade.

Hemisfério cerebral esquerdo e os atrasos evolutivo-funcionais. Na proposta de Satz e Van Nostrand (1973), os atrasos na maturação do hemisfério cerebral esquerdo seriam as causas das DA. Tendo como finalidade identificar e prevenir as possíveis dificuldades em idades precoces, estes dois autores propõe duas fases em que relacionam idade e o tipo de deficiência, sendo elas: Primeira

 fase é composta das crianças em idade pré escolar e a segunda fase comportam as crianças em idade escolar.

            Estipula-se que os alunos com DA apresentam uma diferença de maturação entre dois e quatro anos em relação à dos alunos considerados normais. Um outro dado relevante é que se costuma afirmar que os meninos sofrem mais de DA do que as meninas, isso também é referente ao critério de amadurecimento e ritmos de maturação e lateralização que o Sistema Nervoso Central das meninas desenvolvem-se mais rapidamente que os meninos. Também se afirma a precocidade das meninas nas áreas linguísticas e de coordenação motora fina.

Os atrasos entendidos como déficits apresentados pelas crianças, muitas vezes são entendidos como alunos com problema. É necessário um trabalho conjunto entre família, escola, profissionais e sociedade para compreender e contribuir para a recuperação das DA. As teorias mais recentes, que acabam, adotando posições alternativas, não atribuem os atrasos exclusivamente a fatores de maturação, acentuando a responsabilidade da ambientação familiar e escolar, tanto na gênese, do distúrbio quanto em sua recuperação.

            Outros fatores que interferem e promovem as DA são: Atrasos na maturação neurológica, atrasos maturativos que afetam a estrutura cerebral, atrasos no Sistema Nervoso Central, atrasos genético-constitucionais do hemisfério esquerdo.  Nas teorias sobre atrasos maturativos induz que, embora haja diferenças importantes  entre as deferentes posturas maturativas com respeito às DA, no entanto, apontar características que, ou são comuns a todas elas, ou nas quais as diferenças são unicamente de grau, de modo que nos permitam delimitar o significado e o alcance dos chamados “atrasos maturacionais”.   Em relação ao conceito de maturação, são considerados de duas tipologias:

a)      Maturação de aprendizagem

b)      Importância da idade

A ordem da sequencialidade do desenvolvimento, segundo a Psicologia Evolutiva e da Educação, é que a evolução das crianças com DA em geral, a de todas as crianças com necessidades educacionais especiais, procede segundo a mesma ordem e sequencialidade evolutiva que o desenvolvimento das crianças sem DA.

Na perspectiva de Anderson Zeniddrci, um óvulo rompe a parede do ovário para poder ser fecundado e isso é o início do período para manutenção e sobrevivência da espécie humana. O óvulo e o espermatozoide utilizam do recurso da transformação profunda, com a renúncia das características originais, num processo de integração para possibilitar e viabilizar a vida. Segundo este mesmo autor, é através do cordão umbilical que surge a inter-relação física, emocional e energética entre mãe e filho. É também através deste cordão umbilical que o bebê se alimenta, identificando o mesmo como um primeiro seio materno.

Em relação à formação psicoemocional, a estadia no útero, segundo este autor, é um período contínuo de evolução e aprendizado. O feto é possuidor de sensações e percepções durante todo período gestacional o que pode contribuir a partir do nascimento em suas relações socioemocionais. Outro fator relevante, segundo este autor é que os filhos são vistos como uma extensão do pai e da mãe, principalmente onde o belo é desejado e que o resultado deve ser um “produto bom”.

Quando ocorre de um bebê nascer com alguma anomalia física ou mental, ocorre a culpa de não ter sido suficientemente bom para gerar o esperado “perfeito”. O momento do parto é um evento de transição para a maternidade concreta. É quando a mãe se depara com o bebê real. Após o nascimento, a noção do outro, tão necessária para o desenvolvimento do vínculo entre mãe e filho, é um processo lento, longo e contínuo para o bebê.

 

*Resenha baseada nos textos de Juan F. Romero e Anderson Zeniddrci

 

*Graduada em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC- Psicóloga pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Psicopedagoga pela Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL e Neuropsicopedagoga (Em Formação) pela Faculdade Porto das Águas – FAPAG. Capacitação em Saúde Baseada em Evidências (Em formação), pelo Hospital Sírio Libanês. Desenvolvendo atividades junto a Secretaria de Estado da Saúde – SEA de Florianópolis desde 1990 e no Instituto de Aperfeiçoamento Executivo Nacional – IAPEN - Nas áreas de Desenvolvimento de Pessoas, Preparação para Aposentadoria, Relacionamento Interpessoal, Ética profissional, Trabalho de Equipe, Biossegurança, Emoções no Trabalho, Distúrbios e Transtornos de Aprendizagem e Gênero, Habilidades Sociais e Sexualidade. Atendendo  em Clínica Particular.

Contatos: Email: janetepsicologa@live.com